Desde as 9h30, criminosos atiram contra policiais que fazem cerco à
Rocinha. Também há tiroteios no Alemão, Dona Marta, Vila Kennedy e Chapéu
Mangueira. Uma menina foi baleada.
Por Pedro
Figueiredo e Henrique Coelho, G1 Rio
Um novo
tiroteio começou por volta das 9h30 desta sexta-feira (22) na favela da
Rocinha, na Zona Sul do Rio, que desde domingo (17) tem sido palco de disputas
entre traficantes e de operações policiais. O governo federal autorizou o Exército a fazer um
cerco à comunidade.
Também nesta
manhã houve relatos de tiros em outras favelas, como Alemão, Dona Marta, Vila
Kennedy e Chapéu Mangueira. entos de tensão e medo causados por tiroteios e
operações policiais. Nos Complexos do Alemão e da Maré, dois jovens ficaram
feridos por bala perdida, mas foram socorridos e passam bem.
Na Rocinha,
criminosos fazem disparos da área de mata contra policiais que cercam a
comunidade. Desde o início da manhã, o Batalhão de Choque da Polícia Militar
fazia uma nova operação na região,
a quinta em cinco dias.
Há relatos nas
redes sociais de que os bandidos estão em fuga pelo Alto da Boa Vista, passando
pela Vista Chinesa, um dos principais cartões postais da região.
O esquadrão
antibombas da Polícia Civil foi chamado depois que um artefato explosivo foi
lançado contra os PMs. Ele não chegou a ser detonado.
PM faz operação na comunidade da Rocinha. Na foto,
troca de tiro de policiais em baixo da passarela (Foto: Gabriel Paiva / Agência
O Globo )
PM faz operação na comunidade da Rocinha. Na foto,
troca de tiro de policiais em baixo da passarela (Foto: Gabriel Paiva / Agência
O Globo )
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Vista da Rocinha em manhã de novos tiroteios (Foto:
Reprodução/Globo News)
Ruas e serviços fechados
Por volta das
10h, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que, por conta de
operação policial, a Autoestrada Lagoa-Barra foi fechada entre o Fashion Mall
(desvio) e a Praça Sibelius. A autoestrada é a principal ligação entre a Zona
Sul e a Zona Oeste da cidade. O túnel Zuzu Angel também foi fechado.
Durante o
tiroteio, um ônibus da linha 538 foi incendiado na Estrada da Gávea. A
informação é de que o ato foi criminoso, segundo o repórter Pedro Figueiredo,
da TV Globo.
Quase 2,5 mil
alunos da rede municipal de ensino estão sem aula na Rocinha na manhã desta
sexta. São estudantes de duas creches, um Espaço de Desenvolvimento Infantil e
cinco escolas.
De acordo com a
Secretaria Municipal de Saúde, todas as cinco unidades de saúde da Rocinha
foram fechadas e estão com o atendimento suspenso.
Muitas pessoas
se alojaram na 11ª DP (Rocinha). O repórter Pedro Figueiredo estava fazendo uma
reportagem sobre a quinta operação policial quando foi avisado pela PM que
também deveria se abrigar na delegacia.
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Ônibus da linha 538 foi incendiado na Estrada da
Gávea (Foto: Reprodução/GloboNews)
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Fechamento da autoestrada Lagoa-Barra (Foto:
Reprodução/GloboNews)
Tiroteios em outras comunidades
Houve relatos
de tiroteios em outras favelas do Rio. No Alemão, uma criança foi baleada na
Fazendinha, uma das comunidades do complexo de favelas. Ela foi levada para a
UPA do Alemão. Houve registro de ataques a PMs da Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP) Fazendinha durante a manhã.
No Dona Marta,
em Botafogo, o tiroteio, segundo relato de moradores, é muito intenso. Segundo
o comando da UPP Santa Marta, criminosos atiraram contra policiais durante
patrulhamento na manhã, mas não houve revide por parte dos agentes. Buscam
começaram a ser feitas para localizar e prender os suspeitos do ataque.
Há tiros
registrados também na Vila Kennedy, na Zona Oeste da cidade, além do Chapéu
Mangueira, no Leme. Nessas duas últimas, há operações da PM em andamento.
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(Foto: Arte/G1)
Entenda o início dos conflitos
O clima de guerra na
Rocinha começou no último domingo, quando traficantes invadiram
a comunidade para tomar de um grupo rival o controle da venda de drogas.
A polícia não
interveio no dia, e houve um intenso tiroteio que deixou dois mortos,
aterrorizou os moradores e danificou instalações de energia e distribuição de
água. Unidades de saúde ficaram fechadas, e estudantes chegaram a perder a
prova da Uerj devido ao risco de circularem pela comunidade. Os traficantes
chegaram a usar as lajes das casas para fazer os disparos.
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Parede coberta de marcas de tiros na Rocinha após o
tiroteio de domingo (Foto: Reprodução/ GloboNews)
Os ataques tiveram como
principal mandante o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da
Rocinha, preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em
Rondônia. Atualmente, a favela é dominada pelo traficante Rogério Avelino da Silva,
conhecido como Rogério 157, um dos presos pela invasão ao Hotel
Intercontinental, em São Conrado, em 2010, e libertado em janeiro de 2012 por
uma decisão da Justiça.
Os confrontos
atuais se deram por um racha na aliança entre os traficantes Nem e Rogério 157.
A briga começou com a morte de Ítalo de Jesus Campos, conhecido como Perninha,
a mando de Rogério 157, em agosto passado. O bandido também havia sido preso em
2010 pela invasão ao hotel. Foi solto pela mesma decisão judicial que
beneficiou Rogério 157 em 2012.
Ao longo desta
semana, a polícia fez uma série de operações na Rocinha e outras comunidades
para prender traficantes e apreender armas e drogas. A Polícia Civil oferece
recompensa de R$ 30 mil por informações que levem à captura de Rogério 157.
Nesta quinta,
as equipes do Bope conseguiram apreender dois fuzis, duas pistolas, três
granadas, farta munição e drogas na Rocinha. No mesmo dia, novos tiroteios foram
registrados na comunidade.
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Cartaz de procurado de Rogério 157 do
Disque-denúncia (Foto: Divulgação/Disque-denúncia)
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